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domingo, 1 de maio de 2011

Das lições que aprendemos com os animes

Sou fã de animes há pelo menos 15 anos. Sim, sou véia... A minha geração continua firme e forte, e isso se reflete em milhares de otakus mundo afora. 

Ontem estava lendo um blog em que o autor fazia uma pergunta que já me fiz repetidas vezes "quando ficar mais velho, será que ainda vou continuar a gostar de animes?" Mesmo que o bom e velho clichê de "desenho é coisa pra criança" não se encaixe no padrão de animação japonesa, já me fiz essa pergunta. Vou ser uma velhinha fazendo cosplay? Vou passar meus mangás para os meus filhos?  Eles vão rir ao assistir minha coleção de anime?

As coisas mudam, assim são os nossos interesses. O que é fundamental na sua adolescência chega a ser patético na vida adulta. Muitas e muitas coisas foram assim na minha vida. Me orgulho de ter mudado muito e ainda tentar ser uma pessoa melhor. Joguei muito fora, mas tenh a certeza que, se tem algo que vai me acompanhar pra sempre serão os animes.
É claro que posso negar essa sentença quando chegar aos meus 40, 50 anos. Claro que sim. Mas a ESSÊNCIA vai continuar comigo pra sempre. Digo isso porque sem sombra de dúvida, se o meu caráter é constantemente lapidado em busca de algo melhor é entre outras coisas, graças as lições que tirei dos animes. É lógico que não ignoro o mundo ao meu redor para aprender só com meus personagens favoritos... Mas as situações vividas nos animes condensam emoções extremas que levam à reflexão de maneira inevitável. Não é como no dia a dia em que muitas coisas passam despercebidas. A história de cada anime tem obrigatoriamente o papel de despertar emoções no espectador. Seja de riso ou choro, de ódio ou tristeza. E é exatamente quando o coração é atingido que a alma se aprimora. É assim que a gente evolui. 

Recentemente postei sobre os 15 anos de aniversário de Rurouni Kenshin, e fiquei muito surpresa ao pensar que já faz tanto tempo. Mais que nostalgia, posso dizer que esse foi o primeiro anime que realmente passou aquela mensagem de reflexão e evolução pessoal.
Kenshin Himura, também conhecido como Battousai. Um ex-assassino do Bakumatsu que buscava redenção para os seus pecados e um ideal de justiça. Eu, uma jovem revoltada, depressiva e que tinha errado o bastante pra desistir da vida. Mas fui inspirada pela vontade do Kenshin em seguir adiante, mesmo atormentado por um passado sombrio. Quando ele parte para Kyoto, também  tive meu momento de partida. Comecei a vida em outra cidade, revi toda a minha vida e resolvi começar uma nova história. Um anime não foi a única coisa a me motivar, mas foi fundamental para me ajudar naquele momento. O ideal de superação e vontade em buscar uma resposta para a vida foi minha primeira grande lição aprendida com os animes.


Embora não seja possível brincar de usar poderes especiais (que pena!), aprendi a usar os "poderes" das características dos meus personagens favoritos. O que mais me agrada em um personagem feminino, por exemplo, é a maturidade e a coragem. Se não possui grande força física e poderes descomunais, use a força das palavras e a coragem para seguir em frente! Nasuti Yagyuu, de Samurai Troopers para mim é a representação mais importante da palavra frente aos músculos. No meio da testosterona e das armaduras reluzentes ela vestia um cardigã rosinha feliz. Mas sua palavra era lei. E ela muitas vezes salvou aquele bando de garotos do caos emocional completo. Ela que não sabia dar sequer um soco foi muitas vezes a maior heroína da budega.

Sempre tiro alguma lição de um anime, mas há aqueles que marcam mais. Talvez no momento em que você precise de uma determinada resposta em uma fase de sua vida, e aquele anime parece certeiro no alvo. Por isso gosto de deixar meus animes guardados e assistir novamente algum tempo depois. Surpreendentemente o que parecia normal da primeira vez vira lição de vida no futuro.

Não imaginei que um mesmo anime poderia ser tão diferente no final ao ver pela segunda vez. Assisti Shinrei Tantei Yakumo (temporada de 2010 se não me engano) e achei ótchemo, maravilha. Uma coisa meio Ghost Hunt bem melhorada, com personagens mais velhos e uma história bem elaborada. Ok. No entanto, fiz uma maratona-madrugada e assisti novamente os 13 episódios da série. OMG... Eu enxerguei ali tantas coisas da minha própria vida que antes passaram batido! Tantos problemas parecidos com os meus! Comecei a enxergar algumas coisas de uma visão diferente e me choquei  com o resultado. Tirei dali ensinamentos que preciso praticar com muito afinco: compreender o próximo (mais, muito mais!), aplacar o ódio (sem me tornar uma idiota que aceita tudo), ter mais paciência e deixar que as pessoas se aproximem mais de mim, sem esconder todos os meus problemas e ser a super criatura inabalável. 

Parece óbvio, mas quando a necessidade da mudança se torna tão clara é como se uma mágica acontecesse. Uma coisa ali na sua frente que você nunca enxergou agora só falta ter leds e tocar musiquinha pra chamar a atenção. Depois de rever Yakumo e repensar muitas coisas na minha vida, senti um certo alívio. A raiva e os milhões de sentimentos negativos que carrego comigo pareceram diminuir, quase como se Ishin-san, o personagem budista da história, falasse comigo e me desse conforto. Aliás, comecei a prestar atenção no comportamento dos monges budistas... A serenidade e maneira de encarar a vida me encantaram! Comecei a ler um pouco sobre o budismo e suas correntes e fiquei muito interessada. Mais uma das lições aprendidas com os animes!

E assim a vida segue... Ainda que eu deixe de assistir animes, as lições ficaram, ficam e ainda vão ficar por toda a vida. E agora, a próxima maratona é Ghost Hunt!


2 comentários:

  1. Muito bom seu post me indentifico muito tb tenho 24 anos e não vou parar tão cedo pelo mesmo motivo! Superar, superar e superar! Assiste naruto que vc realmente vai gostar.

    Abraços

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  2. Tenho 24 tb, e adoro animes...muitos tem uma riqueza que nao encontro em outros locais...é como se eu conhecesse pessoas diferentes e arendesse cm elas a cada anime...meu sonho é que tivesse menos anime de colegial, e q tb nao fosse ecchi e sem violencia...ai seria anime forever!

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